Cristalografia: Cristaliza no sistema cúbico, na classe diploédrica. São vulgares os cristais cúbicos {100}, bem como os piritoédros (dodecaedros pentagonais simétricos {210}). As faces dos cristais são geralmente estriadas. É frequente a macla segundo (100) originando a conhecida «cruz de ferro». Ocorre também em massas de granulosidade variável.

Propriedades Físicas: Quebradiça. D: 6½; d: 5,02. Brilho metálico, reluzente. Cor amarela de latão pálida, podendo ser mais escura devido ao embaciamento. Traço esverdeado ou preto-acastanhado. Opaca.

Composição: Bissulfureto de ferro, Fe S2 (46,6% Fe e 53,4% S). Pode conter pequenas quantidades de níquel e cobalto podendo mesmo existir uma série completa de solução sólida, entre a pirite e a bravoíte (Ni,Fe) S2. Contém frequentemente quantidades diminutas de ouro e cobre (provavelmente como impurezas microscópicas).

Aspectos Diagnósticos: Distingue-se da calcopirite pela sua cor mais pálida e por não ser riscada pelo estilete (de aço); do ouro, pela sua fragilidade e dureza e da marcassite pela sua cor mais escura e forma cristalina.

Ocorrência: A pirite é o sulfureto mais comum e disseminado. Formou-se tanto a baixas como a altas temperaturas, embora as massas de maior extensão devam ter sido formadas a altas temperaturas. Ocorre como segregação magmática directa e como um mineral acessório nas rochas ígneas, também em filões e depósitos metamórficos de contacto. É um mineral comum nas rochas sedimentares, sendo tanto de origem primária como secundária. Está associada com muitos minerais, sendo no entanto, mais frequentemente encontrada, com a calcopirite, a blenda e a galena. Altera-se frequentemente dando óxidos de ferro, usualmente, a limonite. São comuns os cristais pseudomorfos de limonite sobre a pirite. Os filões de pirite estão usualmente recobertos por um depósito de limonite, denominado «gossan».

Uso: Explora-se muitas vezes a pirite pelo cobre ou ouro associados. Devido à grande quantidade de enxofre presente no mineral, usa-se como minério de ferro sómente nos países onde não existem minérios de óxidos de ferro. É usada principalmente para fornecer enxofre para a fabricação de ácido sulfúrico. O gás (SO2), derivado da alcinação da pirite (ou da queima do enxofre), usa-se na fabricação da pasta de papel.